Fevereiro Roxo conscientiza sobre Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus

 

Profissional de saúde oferecendo apoio ao paciente (Crédito: ShutterStock) 

Em maio de 2017, Fabiana da Silva Santos voltou da lua de mel, na qual foram 40 dias maravilhosos, passados no Nordeste e contados nos dedos por ela, afinal, estava chegando o dia da tão sonhada cirurgia plástica estética. Mas, o que era pra ser apenas uma ida ao médico para a realização de exames pré-operatórios, foi o início de uma grande turbulência. “Foi quando tomei as 10 injeções de Noripurum, a partir daí tudo ficou conturbado”. Os exames pré-operatórios constataram que Fabiana estava anêmica, e o medicamento mencionado por ela é para o tratamento desta deficiência. “Desde esse dia em diante, comecei a ficar cada vez mais doente, mais fraca e com muitas dores pelo corpo”, relata.

Com queda de cabelo, dores em todo o corpo, sem apetite e com muitas aftas, a feirante de roupas e acessórios, passou por 17 tipos de especialistas, e, para todos eles, ela não aparentava ter absolutamente nada. "Você está ótima de saúde", eles diziam, a não ser pelo fator Antinúcleo (FAN) ter dado positivo; o que indicaria uma possível doença autoimune, que fora pedido para que ela desconsiderasse o resultado por ser um exame duvidoso.

“Cheguei ao ponto de depender do meu, agora ex-marido, para me vestir e tomar banho. Meu cabelo estava ralo e havia manchas por todo o meu corpo. Também tive muitas espinhas, meu rosto mais parecia uma lixa. Estava devastada e sem chão. Imagine eu definhando em vida e os médicos não me apontavam nada”. Fabiana ainda passou por mais uma anemia profunda, até que seu ex-marido a internou no Hospital Metropolitano da Serra, em Vitória/ES, no dia 16 de dezembro de 2017. Lá ela realizou outros muitos exames, até que a biópsia, especificamente com o resultado do nefrologista, indicava o tratamento para a doença de Lúpus, que já havia atingido seus rins.

Fevereiro Roxo

A frase lema da campanha Fevereiro Roxo é “se não houver cura, pelo menos que haja conforto”, o que faz jus ao que a ação prega. Ela tem o foco em compartilhar informações referentes a sintomas e tratamentos disponíveis para os acometidos de três doenças, para que eles possam levar uma vida normal. O Alzheimer, a Fibromialgia e o Lúpus são enfermidades crônicas e incuráveis, mas, ao contrário do que as pessoas pensam, os portadores não estão fadados a um sofrimento irreversível, pois, com o diagnóstico precoce, eles podem manter a qualidade de vida, mesmo convivendo com elas. Com informações necessárias para que a população possa identificar os sintomas ainda na fase inicial, eles podem ser controlados ou, até mesmo, retardados com o devido tratamento.

A campanha surgiu no ano de 2014, na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. O trabalho de conscientização, geralmente, é feito por organizações não governamentais (ONG’s) e, muitas das vezes, apoiado por prefeituras e governos estatais, promovendo palestras, ações informativas e mutirões de saúde.

Fabiana saiu do Hospital Metropolitano da Serra em fevereiro de 2018, como se todo o alvoroço que enfrentou nunca tivesse existido. “Nunca mais tive sequer um vestígio do Lúpus. Era como se eu tivesse sido curada”, relata Fabiana. Ele, como qualquer outra doença, tais quais a diabetes ou o colesterol, requer um tratamento adequado. Muito mais aliviada, Fabiana, hoje, tem uma vida normal. "Não tenho nenhuma restrição a não ser evitar contatos constantes com o sol. E o que eu aprendi disso tudo? Que tive uma segunda chance, e vou aproveitar ela ao máximo".

 

Entenda as doenças e seus sintomas:

Alzheimer – É um transtorno neurodegenerativo progressivo que provoca a deterioração progressiva e irreversível de funções cognitivas, como memória, atenção, concentração, linguagem e pensamento. O sintoma mais característico é a perda de memória recente, e, com a progressão da doença, outros sintomas vão aparecendo, como a perda de memória remota, irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo. A Doença de Alzheimer (DA) acomete, em média, pessoas a partir de 60 anos.

Lúpus – Uma doença inflamatória autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos como a pele, articulações, rins e cérebro. A doença pode evoluir para casos mais graves, e se não tratada adequadamente, pode levar a morte. O Lúpus pode se manifestar de quatro formas distintas:

Lúpus Discoide: limitado à pele da pessoa, com o surgimento de lesões avermelhadas, o Lúpus Sistêmico (o mais comum)

Lúpus induzido por drogas e/ou medicamentos: tende a desaparecer assim que o uso da substância é interrompido

Lúpus Neonatal: o tipo mais raro e que afeta recém-nascidos de mulheres que têm lúpus.

Os sintomas podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente, podendo ser graves ou moderados, temporários ou permanentes. Os sinais mais comuns são fadiga, febre, dor nas articulações, rigidez muscular, inchaços e vermelhidão na face em forma de borboleta sobre bochechas e ponta do nariz.

Fibromialgia – É uma síndrome clínica que se manifesta com dores no corpo, junto a sintomas de fadiga, cansaço mesmo após dormir, alterações de memória e atenção e intestinais. Para a pessoa que possui FM, o toque pode ser bastante doloroso devido à grande sensibilidade e à compressão da musculatura. A cada 10 pessoas com a doença, de sete a nove são mulheres. Dores no corpo com mais de três meses ou muitos pontos dolorosos na musculatura, são os sintomas que mais merecem atenção.

 

Diante do relato da Fabiana e do apelo da campanha Fevereiro Roxo, quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de resposta positiva ao tratamento dos sintomas associados às doenças.

Por isso, preste atenção no seu corpo e se cuide. A sua vida é o seu bem mais precioso!



Escrito por Pedro Camargo / JF Gestão de Conteúdo